MidReal Story

O Reino da Princesa

Scenario:MAGINE UM CASAL DE LUCCAS NETO E UMA MENINA CHAMADA PRINCESA, ELES SE CONHCERAM NA ESCOLA COM A SALA COM MESAS DUPLAS E A DIRETORA A APRESENTA COM FALAS
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MAGINE UM CASAL DE LUCCAS NETO E UMA MENINA CHAMADA PRINCESA, ELES SE CONHCERAM NA ESCOLA COM A SALA COM MESAS DUPLAS E A DIRETORA A APRESENTA COM FALAS

Luccas Neto

He is a student at a private school. He is sarcastic,introspective,and conflicted. Luccas struggles with his feelings for his best friend,Ana Laura,while being approached by other girls. His parents are getting divorced,and he is dealing with the aftermath of being publicly humiliated by a bully named Fábio. Despite his challenges,he remains determined to protect his sister and stay strong.

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Ana Laura

She is Luccas's best friend and classmate. She is intelligent,supportive,and reserved. Ana Laura sits next to Luccas in school and has been his confidante since childhood. She helps him navigate the social complexities of school and offers him advice when needed. Her relationship with Luccas remains platonic,despite her beauty and the unspoken feelings between them.

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Princess

She is a new student at the school,starting on a Monday. She is mysterious,shy,and observant. Princess arrives late in the morning wearing a crown made of flowers and leaves,striking an unusual impression on Luccas and other classmates. Her presence creates some intrigue and speculation among the students,particularly about her origins and family background.

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Era o primeiro dia de aula e eu estava atrasada.
Eu não era o único, porém.
Quando entrei na sala de aula, percebi que metade das carteiras duplas estavam vazias.
Eu me sentei no meu lugar de sempre, ao lado da Ana Laura, que já estava sentada e tinha aberto seu caderno.
Bom dia, eu a cumprimentei.
"Bom dia," ela respondeu, sem desviar o olhar de suas anotações.
A escola que eu frequentava era particular e tinha algumas peculiaridades.
Uma das coisas era que as mesas eram duplas, o que facilitava nosso trabalho em equipe durante as atividades em grupo.
Outra peculiaridade era que a escola era mista, mas com banheiros separados para meninos e meninas, o que também fazia muito sentido.
"Você fez a lição de casa?" ela me perguntou.
Sim, eu menti.
"Eu não tive tempo," confessei, fazendo com que ela olhasse para mim.
"Você sempre tem tempo," ela me acusou, sorrindo.
"Mas hoje eu não fiz," eu disse, olhando para ela.
Ela era linda e inteligente, e por alguma razão, as garotas sempre se apaixonavam perdidamente por mim, enquanto os caras queriam ser meus amigos.
O Reino da Princesa
Ela se inclinou mais perto de mim.
"Eu tenho uma novidade," ela disse.
Eu também me inclinei mais perto, intrigado com o que ela tinha a dizer.
A sala de aula estava repleta de conversas dispersas enquanto mais alunos entravam e ocupavam os bancos vazios.
Através da porta, vi o Diretor Santos conversando com duas garotas que eu nunca tinha visto antes.
O Reino da Princesa
Uma delas chamou minha atenção imediatamente; ela usava uma delicada coroa de flores e folhas entrelaçadas na cabeça.
A diretora limpou a garganta para chamar a atenção de todos, e um silêncio instantâneo se instalou na sala de aula.
Turma, por favor, deem as boas-vindas aos seus novos colegas," ela anunciou, gesticulando em direção à única carteira vazia da sala, que ficava bem na frente da minha.
A garota com a coroa de flores se mexia nervosamente de um pé para o outro, enquanto sua companheira sorria para todos na sala.
"Princesa e Maria Clara, por favor, ocupem seus lugares," apresentou o Diretor Santos.
Não tirei os olhos da coroa de flores, que a garota ajustava com dedos trêmulos enquanto sua companheira acenava para todos.
Quando elas chegaram na nossa fileira, percebi que a coroa estava começando a escorregar da cabeça dela, então, sem pensar, me inclinei para frente e coloquei a mão sobre ela para segurá-la antes que caísse no chão.
A garota congelou no meio do passo, virando a cabeça levemente para me olhar pela primeira vez.
A coroa parecia delicada sob meus dedos, entrelaçada com margaridas frescas e folhas de hera.
O Reino da Princesa
A Diretora Santos limpou a garganta novamente, e eu rapidamente retirei minha mão da cabeça da garota.
"Obrigada," ela sussurrou, sua voz quase inaudível.
"De nada," respondi, tentando soar casual apesar dos olhares curiosos dos nossos colegas de classe.
Ana Laura me cutucou com o cotovelo e murmurou: "Parece que você já está fazendo amizade com a realeza."
Inclinei-me para frente na cadeira, tentando chamar a atenção da garota sem ser muito óbvio.
Ela estava se acomodando na carteira à minha frente, ajustando com cuidado seus livros e estojo de lápis, enquanto sua companheira tagarelava ao lado dela.
A coroa de flores ainda estava um pouco torta na cabeça dela, e eu percebi como os dedos dela continuavam a subir nervosamente para tocá-la.
Quando ela finalmente se virou para pegar uma borracha com a Ana Laura, eu aproveitei a oportunidade.
Meu coração disparou um pouco ao encontrar os olhos dela pela primeira vez - eram de um tom de verde impressionante que eu nunca tinha notado antes.
O Reino da Princesa
Durante a aula de matemática, tentei me concentrar nas equações que o Sr. Silva escrevia no quadro, mas meu olhar sempre voltava para a Princesa.
A coroa de flores dela continuava escorregando pela testa, e a cada poucos minutos ela levantava a mão para ajustá-la, os dedos roçando as pétalas delicadas.
Ocasionalmente, ela me pegava olhando para ela e rapidamente virava o rosto, mas não antes que eu visse um leve sorriso se formando em seus lábios.
A luz do sol que entrava pela janela da sala de aula iluminava seu perfil, fazendo seus olhos verdes brilharem como se fossem duas esmeraldas reluzentes.
Ana Laura percebeu minha distração e me passou suas anotações, mas eu mal consegui registrá-las.
O Reino da Princesa
Eu estava tão absorto em roubar olhares para a princesa, que se concentrava intensamente em resolver os problemas de matemática em seu caderno.
Em um determinado momento, ela deixou cair seu lápis e ele rolou para trás em direção à minha mesa.
Sem pensar, eu a peguei e me inclinei para devolvê-la a ela.
Meu coração disparou ao ver seu perfil de perto - a curva suave de sua bochecha, a linha delicada de seu queixo.
Durante o intervalo do almoço, percebi que a Princesa estava parada perto da entrada da cantina, com a coroa de flores um pouco torta, como sempre.
Ela chamou minha atenção e fez um gesto para que eu a seguisse.
Meu sanduíche, esquecido na mesa onde Ana Laura estava discutindo a lição de casa com nossos colegas, levantei-me e segui a princesa pelo corredor.
Ela caminhava à frente, ocasionalmente lançando um olhar para trás para ter certeza de que eu ainda a seguia.
Passamos por grupos de estudantes conversando e rindo, mas a Princesa parecia alheia à agitação ao nosso redor.
O Reino da Princesa
Ela me conduziu em direção ao pequeno campo de futebol atrás da escola, que estava vazio durante o horário do almoço.
Quando chegamos à beira do campo, onde o concreto encontrava a grama, a Princesa parou e se virou para me encarar.
Suas mãos brincavam com a barra da saia do uniforme enquanto ela esperava eu me aproximar.
Eu paro a alguns passos dela, com as mãos enfiadas nos bolsos para esconder o tremor.
O sol da tarde incide forte sobre o campo de futebol vazio, projetando longas sombras sobre a grama.
Ficamos ali em um silêncio constrangedor por um momento, com o único som sendo o murmúrio distante dos alunos na cafeteria.
A Princesa continua ajustando sua coroa de flores, que novamente se inclinou para um lado.
Finalmente, quebro o silêncio.
"Por que você me trouxe aqui?"
Eu pergunto, minha voz um pouco mais suave do que eu pretendia.
Ela dá um pequeno passo mais perto de mim, seus olhos verdes se movendo nervosamente ao redor antes de finalmente se fixarem nos meus.
Ela abre a boca para falar, mas hesita, seus dedos agora torcendo a barra da saia do uniforme.
Atrás de nós, os sons distantes dos alunos na cafeteria flutuam pelo campo, fazendo com que este momento pareça estranhamente isolado.
O Reino da Princesa
Ela respira fundo e puxa um pedaço de papel dobrado do bolso do seu uniforme.
As mãos dela tremem levemente enquanto a desdobra, revelando uma caligrafia impecável.
Eu percebo que ela desenhou corações minúsculos nas margens.
Antes que ela possa falar, uma rajada de vento pega sua coroa de flores, fazendo-a cair desajeitadamente no chão.
Sem pensar, eu me inclino para frente para pegá-lo, e ao mesmo tempo, a Princesa se abaixa para apanhá-lo.
O Reino da Princesa
Nós dois pegamos a coroa ao mesmo tempo, nossos dedos se tocando.
Ela não solta.
Em vez disso, ela olha diretamente nos meus olhos e sussurra: "Luccas, você quer ser meu namorado?"
Minha voz sai trêmula enquanto aceno com a cabeça, ainda segurando a coroa de flores com ela.
"Sim, eu adoraria," sussurro.
Os olhos dela se iluminam, e ela solta um suspiro que parecia estar segurando.
Ela sorri, seus dedos se apertando ao redor dos meus na coroa.
Juntos, levantamos a coroa, e eu a coloco cuidadosamente de volta na cabeça dela, ajustando até que fique perfeitamente posicionada.
O Reino da Princesa
Ela desdobra a nota novamente e me mostra os corações que desenhou ao redor dos nossos nomes.
Um grupo de estudantes passa por nós, fazendo com que a Princesa se aproxime de mim.
Eu levo a Princesa de volta em direção à cafeteria, nossas mãos ainda entrelaçadas, quando ela para de repente na entrada de uma escada que eu nunca tinha visto antes.
Os degraus de concreto azul descem para a escuridão, um contraste marcante com as paredes bege que dominam o restante da escola.
Princesa solta minha mão e dá um passo para trás, seu rosto exibindo um medo que eu nunca havia visto antes.
Quando me aproximo do primeiro degrau para investigar, ela agarra a manga do meu uniforme, balançando a cabeça freneticamente.
Através da porta do corredor da escada, noto marcas estranhas esculpidas nas paredes, parcialmente escondidas pela tinta descascada.
O Reino da Princesa
"Luccas, você não pode descer lá," ela diz, sua voz tremendo de urgência.
"Por que não?" eu pergunto, lançando um olhar para as marcas misteriosas.
Ela hesita, então sussurra: "Porque é lá que guardam os segredos da escola."
Fico paralisado no topo da escada, encarando as marcas estranhas enquanto a Princesa segura minha manga.
De repente, a professora Oliveira, nossa professora de literatura, aparece atrás de nós.
Ela está carregando uma pilha de livros didáticos antigos e levanta as sobrancelhas diante de nossas expressões assustadas.
Isso é apenas a antiga área de armazenamento, ela explica de maneira descontraída.
"Aqui guardamos materiais escolares ultrapassados."
O Reino da Princesa
Ela passa por nós e destranca a pesada porta no fundo da escadaria.
A pressão da Princesa em meu braço se intensifica.
A senhora Oliveira acende a luz, revelando prateleiras empoeiradas repletas de livros esquecidos e cadeiras quebradas.
"Não há nada com que se preocupar," ela nos assegura, mas apesar de suas palavras, a Princesa treme ao meu lado.
Eu guio a Princesa para longe da escada, mantendo meu braço em volta de seus ombros enquanto ela treme.
Encontramos um banco vazio em um canto tranquilo do pátio, escondido da vista dos outros alunos.
A Princesa se inclina contra mim, sua coroa de flores roçando meu rosto.
Ela me conta sobre os sons estranhos que ouviu vindo daquela escada, tarde depois das aulas, quando todos já tinham ido para casa.
A voz dela treme enquanto descreve sombras se movendo atrás da porta do depósito.
O Reino da Princesa
Enquanto ela fala, lágrimas começam a escorrer por suas bochechas.
Eu os limpo com minha manga e, em seguida, tomo minha decisão.
Segurando sua mão firmemente na minha, digo a ela que vamos investigar a escada juntos depois da escola amanhã.
Eu seguro a Princesa perto de mim no banco, com a cabeça apoiada no meu peito enquanto ela termina suas histórias sobre a escada.
Passos ecoam pelo pátio, aumentando a intensidade a cada segundo que passa.
Princesa se tensa ao meu lado, sua coroa de flores roçando meu pescoço enquanto ela inclina a cabeça para baixo.
Através dos arbustos que escondem nosso canto, vejo uma figura caminhando com determinação entre os bancos.
O cabelo escuro de Ana Laura balança a cada passo enquanto ela examina cada canto.
Ela ainda não nos notou, escondidos atrás dos arbustos floridos, mas está verificando meticulosamente cada canto do pátio.
A Princesa sussurra contra o meu peito que sua irmã provavelmente também está à sua procura.
Sinto-me dividido entre ficar escondido com a Princesa e chamar minha melhor amiga.
"Luccas, se a Ana Laura nos encontrar, ela vai querer saber de tudo," murmura a Princesa, sua voz quase inaudível.
"E se ela puder nos ajudar?" sugiro, lançando um olhar através das folhas na figura determinada de Ana Laura.
O Reino da Princesa
A Princesa balança a cabeça levemente, sussurrando: "Não, ela não pode saber sobre os segredos... ainda não."
Eu levanto a mão para acenar para Ana Laura, e a Princesa se afasta de mim, surpresa.
O movimento repentino faz com que sua coroa de flores fique torta, e ela rapidamente a ajusta de volta.
Ana Laura percebe o movimento e se aproxima do nosso banco, com uma expressão que não consigo decifrar.
Princesa se move desconfortavelmente no banco, criando um pequeno espaço entre nós.
Eu limpo a garganta, tentando parecer despreocupado.
O Reino da Princesa
"Ana Laura, você já percebeu algo estranho naquela escada de serviço perto da cafeteria?"
Ela franze a testa, olhando entre a princesa e eu.
Antes que ela possa responder, a Princesa se levanta abruptamente e alisa o uniforme.
Sem olhar para trás, ela se apressa, desaparecendo na esquina.
Ana Laura se senta ao meu lado, seus olhos acompanhando a saída apressada da Princesa.
Então ela se vira para mim com uma expressão que eu nunca tinha visto antes—séria e quase brava.
"Luccas, namorar a Princesa é um erro," ela diz, com a voz baixa e séria.
Eu tento defender meu novo relacionamento, mas ela me interrompe.
"Eu estou apaixonada por você desde que éramos crianças," ela confessa, suas mãos segurando a borda do banco até que suas articulações fiquem brancas.
O Reino da Princesa
Fico ali, atordoado, incapaz de processar essa revelação da minha melhor amiga, especialmente logo após ter me tornado o namorado da Princesa alguns minutos atrás.
Ana Laura respira fundo, seus olhos buscando os meus em busca de qualquer sinal de compreensão.
"Luccas, eu sei que é muito, mas você precisa me ouvir," ela insiste, sua voz suavizando.
Eu aceno lentamente, ainda atordoado, e consigo sussurrar: "Certo, me conta tudo."
Eu me inclino para trás no banco, tentando processar tudo o que Ana Laura acabou de confessar.
Ela tira o celular das mãos trêmulas e abre uma matéria de notícias de dois anos atrás.
A foto mostra uma garota que eu reconheço, mas ela não está usando sua coroa de flores, e seu nome é diferente.
Ana Laura desliza pelo artigo, que fala sobre como essa garota desapareceu de sua escola anterior após uma série de incidentes estranhos envolvendo outros alunos.
Então, ela me mostra mais fotos da mesma garota, mas a cada vez ela está em uma escola diferente, sempre usando aquela coroa característica.
O Reino da Princesa
Ana Laura explica que essa garota tem feito a mesma coisa em diferentes escolas há anos—se aproximando de meninos e depois desaparecendo.
Eu tento defender a Princesa, mas Ana Laura agarra meu braço e me mostra as imagens de segurança da entrada da nossa escola.
Eu encaro a tela enquanto ela puxa mais provas.
Um relatório policial revela que o verdadeiro nome da Princesa é Sofia Mendes, e ela é procurada para interrogatório sobre vandalismo e furto em três escolas diferentes.
Minha garganta se aperta enquanto Ana Laura rola pelas postagens nas redes sociais de outros alunos, alertando sobre "a garota da coroa de flores."
Então, uma mensagem aparece no celular dela da Princesa, pedindo para eu me encontrar na escada de armazenamento depois da escola.
Ana Laura agarra meu pulso, seus olhos suplicantes.
O Reino da Princesa
"Luccas, por favor, termine com isso agora antes que ela desapareça de novo," ela implora.
Eu hesito, lançando um olhar para a mensagem, minha mente a mil por hora.
"Mas e se ela estiver em apuros e precisar de ajuda?" pergunto, dividido entre lealdade e dúvida.
Ana Laura balança a cabeça, sua voz firme. "Você não pode salvar alguém que não quer ser salvo, Luccas."
Eu ando de um lado para o outro do lado de fora da escada de serviço, segurando o celular da Ana Laura com todas as provas contra a Princesa.
Quando ouço passos se aproximando, viro-me para ver a Princesa caminhando em minha direção, sua coroa de flores um pouco torta.
Ela levanta os olhos para mim com aqueles olhos verdes, e por um momento, hesito.
Mas então me lembro de tudo que Ana Laura me mostrou, e minha determinação se fortalece.
"Princesa, precisamos conversar," digo, minha voz firme, mas tremendo um pouco.
Ela para abruptamente, os olhos se arregalando.
"O que há de errado?" ela pergunta, sua voz tremendo.
Eu respiro fundo e puxo o celular da Ana Laura, mostrando a ela o artigo com seu verdadeiro nome—Sofia Mendes.
Os olhos dela se arregalam ainda mais enquanto ela fixa o olhar na tela.
Então ela levanta os olhos para mim, seu rosto pálido.
O Reino da Princesa
"Luccas, eu posso explicar," ela diz, estendendo a mão para segurar a minha.
Mas eu dou um passo para trás, levantando minha própria mão para impedi-la.
"Chega de mentiras," digo com firmeza.
Ela respira fundo e acena lentamente com a cabeça.
Você está certo. Meu nome é Sofia Mendes. E tudo que Ana Laura te contou é verdade.
Sinto meu coração afundar enquanto ela confirma todas as evidências contra ela.
"Por quê?" é tudo que consigo perguntar. Ela suspira e passa a mão pelo cabelo, bagunçando ainda mais a coroa de flores.
"Eu não sei," ela admite.
Eu simplesmente me entedio facilmente. E quando me entedio, eu sigo em frente.
Eu a encaro em descrença.
Então você simplesmente desaparece e deixa todo mundo para trás?
Ela dá de ombros novamente.
"Não é tão grave assim."
Eu balanço a cabeça, sentindo uma mistura de raiva e tristeza.
"É uma grande coisa," insisto.
"Você machuca as pessoas. E você roubou delas."
Ela olha para o chão, evitando meu olhar.
"Eu sei," ela sussurra.
Mas eu não queria machucar ninguém.
Eu respiro fundo e tento me acalmar.
"Princesa... Sofia... seja lá qual for o seu nome," digo devagar, "você precisa de ajuda. Não pode continuar assim."
Ela me olha com lágrimas nos olhos.
"Eu sei," ela diz novamente, sua voz mal acima de um sussurro.
"Mas eu não sei como parar."
Suspiro e esfrego as têmporas, tentando pensar no que fazer a seguir.
O Reino da Princesa
"Olha... eu não posso estar com alguém que me mente e rouba dos outros," digo finalmente.
"Eu mereço mais do que isso."
Eu me viro e caminho de volta pelo corredor vazio, ouvindo seus soluços suaves atrás de mim.
Seus passos se afastam na distância enquanto continuo avançando.
Quando chego à cafeteria, sei que a Ana Laura estará lá me esperando na nossa mesa de sempre.
E mesmo que eu não esteja mais com fome, preciso ver o rosto dela para me lembrar do que é real.
Quando empurro as portas da cafeteria, vejo-a imediatamente, sentada de costas para mim.
Seus cabelos escuros caem para frente enquanto ela estuda algo à sua frente.
Ela deve sentir minha presença, pois levanta o olhar, nossos olhos se encontrando do outro lado da sala.
A preocupação se desenha em seu rosto ao perceber minha expressão.
Sem dizer uma palavra, deslizo para o assento ao lado dela, nossos ombros se tocando como sempre acontece.
O Reino da Princesa
Ana Laura se vira para mim, sua voz suave, mas firme.
"Você falou com ela?" ela pergunta, procurando meu rosto em busca de respostas.
Eu aceno com a cabeça, sentindo o peso da conversa ainda pesado sobre meus ombros.
"Eu fiz," digo, deixando-me cair de volta na cadeira.
Ana Laura se inclina para frente, seus olhos fixos nos meus enquanto espera que eu continue.
Eu respiro fundo e começo a explicar tudo o que aconteceu com a Princesa.
Enquanto falo, minhas mãos começam a tremer levemente sobre a mesa.
Ana Laura percebe e se aproxima, colocando sua mão sobre a minha.
Seu toque é quente e firme, acalmando meus nervos o suficiente para eu continuar.
"Ela admitiu tudo," digo, minha voz mal acima de um sussurro.
Ela me disse que seu nome verdadeiro é Sofia Mendes. E que ela faz isso o tempo todo—desaparece e segue em frente.
Ana Laura acena com a cabeça, sua mão apertando a minha em um gesto de apoio.
"E então... ela começou a chorar," admito, sentindo uma mistura de emoções ainda rodopiando dentro de mim.
O Reino da Princesa
Os olhos de Ana Laura se arregalam levemente com essa revelação, mas ela permanece em silêncio, permitindo que eu termine minha história.
Eu me mantive firme, asseguro a ela, tentando soar mais forte do que realmente me sinto.
Eu disse a ela que não podia ficar com alguém que mente e rouba.
Conforme mais alunos entram na cafeteria para as aulas da tarde, Ana Laura continua segurando minha mão, seu toque uma lembrança constante de que ela está ao meu lado, não importa o que aconteça.
Eu aperto a mão dela de volta, grato por sua presença inabalável, e percebo que, às vezes, as escolhas mais difíceis são aquelas que nos libertam.
O Reino da Princesa
Eu me sento com Ana Laura no nosso lugar habitual na cafeteria, a luz da tarde entrando pelas janelas.
O peso emocional de confrontar a Princesa ainda paira no ar, mas ter a Ana Laura ao meu lado agora parece diferente.
Quando ela começa a juntar suas coisas para ir embora, eu pego sua mão para impedi-la.
Meu coração dispara enquanto eu me atrapalho com as palavras, contando a ela o quanto a amizade dela significou para mim e como estive cego para o que estava bem na minha frente o tempo todo.
Os olhos dela se arregalam quando eu pergunto se ela seria minha namorada.
O Reino da Princesa
Ela me olha, a surpresa se misturando com algo mais em seus olhos.
"Luccas, você tem certeza?" ela pergunta suavemente, sua voz mal acima de um sussurro.
Eu aceno com a cabeça, sentindo-me mais certo do que há muito tempo.
Meu coração dispara enquanto seu sorriso ilumina todo o seu rosto.
Ela aperta minha mão com mais força do outro lado da mesa da cafeteria, seus cabelos escuros caindo para frente enquanto ela acena com a cabeça.
O familiar zumbido da cafeteria se transforma em ruído de fundo enquanto ela pronuncia aquelas palavras que eu nunca soube que queria ouvir.
Outros alunos circulam ao nosso redor, mas eu me concentro apenas nos olhos castanhos quentes dela se encontrando com os meus.
Quando ela começa a dizer mais alguma coisa, o sino do almoço toca de forma estridente.
O Reino da Princesa
Ela se levanta, ainda segurando minha mão, e me puxa junto com ela em direção à nossa próxima aula.
"Luccas, não posso acreditar que você finalmente disse isso," ela ri, seus olhos brilhando de alegria.
"Eu estava esperando que você percebesse isso também," ela admite, suas bochechas coradas.
Enquanto caminhamos juntos, de mãos dadas, sinto o peso do passado se dissipar, substituído por um novo começo cheio de esperança.
Eu percorro as vitrines de joias no shopping depois da escola, meus dedos deslizando sobre várias peças enquanto busco o anel perfeito.
A comerciante, uma senhora idosa com olhos gentis, me observa de trás do balcão.
Minhas mãos começam a suar enquanto eu aponto para uma delicada aliança de prata com um pequeno design de coração.
Ela sorri com um brilho de cumplicidade enquanto a retira da vitrine e a envolve em uma caixa de veludo.
Eu conto o dinheiro que economizei da minha mesada, na esperança de que Ana Laura entenda o significado por trás deste presente.
O Reino da Princesa
Enquanto caminho para casa, a caixa pesa no meu bolso.
Eu ando de um lado para o outro no meu quarto, segurando a caixa de veludo enquanto ensaio o que dizer para a Ana Laura.
O anel de prata captura a luz da minha luminária enquanto abro e fecho a caixa repetidamente.
Em pé diante do meu espelho, eu me atrapalho com diferentes versões do discurso - cada tentativa me faz sentir um frio na barriga.
Minhas mãos tremem enquanto experimento o anel, imaginando como ficará no dedo da Ana Laura.
Quando minha irmã bate na minha porta perguntando sobre o jantar, eu rapidamente escondo a caixa debaixo do meu travesseiro.
O Reino da Princesa
Sento-me na minha cama, encarando a foto de contato da Ana Laura no meu celular, enquanto a caixa de veludo pesa na minha outra mão.
Meu polegar paira sobre o botão de chamada enquanto dúvidas inundam minha mente sobre a maneira perfeita de convidá-la para se encontrar.
Através da minha janela, vejo o parque onde costumávamos brincar quando éramos crianças - os balanços vazios balançando na brisa da noite.
Após três tentativas frustradas de pressionar o botão de chamada, finalmente consigo me conectar.
O telefone toca duas vezes antes que a voz dela responda de forma alegre.
O Reino da Princesa
Minhas palavras ensaiadas saem embaralhadas enquanto peço a ela para se encontrar comigo no parque amanhã à tarde.
"Luccas, está tudo bem?" ela pergunta, com um leve tom de preocupação na voz.
"É, eu só... tem algo importante que eu quero te dar," respondo, tentando controlar meus nervos.
A risada dela dança pelo telefone, "Você sempre sabe como me deixar curiosa; estarei lá."
Caminho de um lado para o outro no meu quarto, a caixa de veludo apertada na mão enquanto ensaio o discurso para Ana Laura.
Meus passos vão e voltam entre minha escrivaninha e a cama, cada movimento marcado por ajustes nas palavras que rabisquei em cartões.
O anel de prata brilha sob a luz do abajur enquanto abro a caixa novamente, imaginando a reação dela.
Quando olho para o meu celular, já passa da meia-noite, mas o sono me escapa.
Em vez disso, escrevo e amasso os cartões repetidamente.
O Reino da Princesa
Finalmente, deixei os cartões de lado e deixei o silêncio falar por si só.
Eu estou parado no nosso ponto de encontro habitual no parque, a caixa de veludo queimando um buraco no meu bolso da jaqueta.
A névoa da manhã se enrosca em meus tornozelos enquanto observo o sol nascer entre as árvores.
Quando Ana Laura aparece, seu cabelo escuro balança a cada passo, minhas palavras ensaiadas desaparecem no ar.
Ela se aproxima com aquele sorriso caloroso e familiar, e eu me atrapalho para pegar a caixa com os dedos trêmulos.
Respirando fundo, eu puxo o anel de prata.
O Reino da Princesa
Os olhos dela se arregalam enquanto eu pego sua mão, minha voz falhando enquanto explico como ela sempre esteve ao meu lado.
"Luccas, você está... propondo?" ela pergunta, sua voz uma mistura de surpresa e descrença.
"Não, não, não é assim," eu gaguejo, sentindo o peso do momento pressionando sobre mim.
Ela inclina a cabeça, a curiosidade aguçada, "Então, o que é?"
Eu puxo o anel de prata da sua caixa de veludo com dedos trêmulos, segurando-o à luz nevoenta da manhã.
Ana Laura observa atentamente enquanto explico que este anel representa nossos anos de amizade e minha esperança por algo mais.
Meu discurso ensaiado desmorona, substituído por palavras hesitantes sobre como ela sempre esteve ao meu lado.
Quando tento deslizar o anel no dedo dela, tropeço e quase o deixo cair.
Ana Laura segura minhas mãos trêmulas com as dela, mas permanece em silêncio, seus olhos fixos no desenho de coração que captura a luz do sol.
O Reino da Princesa
Eu a observo enquanto ela examina o anel em sua palma, meu coração disparando contra as costelas.
Ela traça o desenho do coração com a ponta dos dedos, e eu mudo meu peso de um pé para o outro, esperando por uma resposta mais significativa.
A névoa da manhã se agarra aos seus cabelos escuros, e quando ela levanta o olhar para mim, aqueles olhos castanhos quentes revelam uma mistura de surpresa e curiosidade.
"Vamos ver aonde essa jornada nos leva," ela diz suavemente, sua voz mal acima de um sussurro.
Ela desliza o anel para o dedo, o prata brilhando sob a luz suave do sol da manhã.
Suas palavras suaves acalmam meus nervos acelerados, embora perguntas ainda pairassem em seus olhos.
Ela entrelaça seus dedos com os meus, o novo anel frio contra a minha pele.
"Luccas, eu não esperava por isso," ela admite, sua voz tingida de uma vulnerabilidade que eu raramente vi.
"Eu também não," confesso, sentindo a verdade se instalar entre nós como a névoa da manhã.
Mas talvez seja isso que a torna especial," ela reflete, um sorriso suave brincando em seus lábios enquanto aperta minha mão.
O Reino da Princesa
Nós ficamos ali, mãos ainda unidas, o anel brilhando em seu dedo.
A névoa da manhã cria uma bolha privada ao nosso redor, e os outros visitantes do parque se desvanecem no fundo.
Ana Laura dá um passo mais perto, seus olhos castanhos fixos nos meus com uma confiança recém-descoberta.
Meu fôlego falha quando ela solta minha mão para tocar meu rosto, seus dedos desenhando meu maxilar.
"Meu amor," ela sussurra, as palavras fazendo um arrepio percorrer minha espinha.
O Reino da Princesa
Antes que eu possa responder, ela se inclina e pressiona os lábios contra os meus.
O anel de prata se sente frio contra meu pescoço, onde a mão dela repousa.
Eu me afasto do nosso primeiro beijo, meu coração ainda acelerado pelo contato íntimo.
Os olhos castanhos de Ana Laura brilham com emoção enquanto ela ajusta o anel em seu dedo.
A névoa da manhã cria um casulo privado ao nosso redor no parque vazio.
Minha voz sai suave, mas firme, enquanto sugiro que tornemos este momento especial.
Eu pego a mão dela, adornada com anéis, e a guio em direção ao velho carvalho onde costumávamos brincar quando éramos crianças.
O Reino da Princesa
Eu a conduzo a sentar comigo sob seus galhos expansivos, que criam um dossel natural acima de nós.
Minhas mãos tremem levemente enquanto tiro meu celular do bolso e carrego a letra de "Evidências" de Chitãozinho e Xororó.
Os olhos de Ana Laura se arregalam em reconhecimento enquanto começo a cantar suavemente, minha voz tremendo no início, mas ganhando força.
Ela brinca com seu novo anel de prata enquanto eu continuo a melodia familiar, lembrando de como costumávamos rir dessa música durante os encontros em família.
Agora, cantando sobre amor e certeza, a letra ganha um novo significado.
O Reino da Princesa
Ana Laura ri suavemente, seus olhos brilhando com lágrimas não derramadas.
"Luccas, você sabe que essa música sempre me fez chorar," ela provoca, limpando os olhos com o dorso da mão.
"Mas agora, parece que é nosso hino," eu respondo, minha voz repleta de uma nova convicção.
Eu me inclino contra a casca áspera do carvalho, e Ana Laura se acomoda ao meu lado, nossos dedos entrelaçados.
O anel de prata brilha sob a luz da manhã enquanto ela se inclina mais perto, seu familiar perfume de baunilha me envolvendo.
Meu coração dispara quando ela se vira para me encarar, seus olhos castanhos intensos e investigativos.
Os sons distantes dos visitantes do parque se dissipam ao fundo enquanto ela move a mão em direção à minha bochecha.
Suas palavras sussurradas pairam no ar entre nós: "E se esse momento nunca acabar?"
O Reino da Princesa
Antes que eu possa responder, ela se inclina lentamente, de forma deliberada, seus lábios encontrando os meus com uma doce certeza.
Eu me sento com Ana Laura debaixo do carvalho, nossos dedos entrelaçados enquanto a luz da tarde filtra-se pelas folhas.
Seu novo anel prateado brilha sob a luz do sol quando ela ajusta sua posição mais perto de mim.
O familiar aroma de baunilha do seu shampoo invade meus sentidos enquanto eu estudo seu rosto - as mesmas feições que conheço desde a infância agora parecem diferentes, mais preciosas.
Minha mão treme levemente enquanto me aproximo para afastar uma mecha de cabelo escuro que caiu sobre seu rosto.
"Ana Laura, tem algo que eu venho querendo te perguntar," digo, minha voz mal acima de um sussurro.
O Reino da Princesa
Ela me olha com uma mistura de curiosidade e expectativa, seus olhos buscando os meus.
"Você consideraria fazer disso o nosso para sempre?"
Eu observo seu rosto atentamente enquanto ela processa minhas palavras, seus olhos castanhos brilhando com uma mistura de emoções.
Ela brinca com o anel de prata, girando-o no dedo enquanto a luz da manhã, filtrando-se pelas folhas de carvalho, projeta sombras dançantes em seu rosto.
Depois do que parece um momento eterno, ela estende a mão em direção à minha, que treme.
Seus dedos se entrelaçam com os meus, quentes e familiares.
A suave pressão do seu aperto diz tudo antes mesmo de ela acenar com a cabeça.
O Reino da Princesa
Nesse acordo silencioso, o mundo ao nosso redor desaparece, deixando apenas a promessa do que está por vir.
Eu me sento com Ana Laura debaixo do carvalho, nossos dedos ainda entrelaçados após sua aceitação.
Ela tira o celular do bolso e abre o aplicativo de calendário, tocando na data de hoje e adicionando um pequeno emoji de coração.
"O que você está fazendo?" eu pergunto, a curiosidade aguçada.
Ela sorri, seus olhos brilhando como estrelas.
Quero marcar o início do nosso para sempre. Cada momento a partir de agora é um novo capítulo.
Seus dedos dançam pela tela enquanto ela cria novos eventos para o futuro - noites de cinema, sessões de estudo e piqueniques nos finais de semana.
O anel de prata captura a luz do sol a cada vez que ela move a mão.
Eu me inclino mais perto, acrescentando minhas próprias sugestões aos planos dela.
Ela pausa na próxima sexta-feira, olhando para mim com olhos cheios de esperança.
"O que você acha? Nosso primeiro encontro oficial?"
O Reino da Princesa
Sorrio, sentindo um calor se espalhar pelo meu peito.
Com certeza, eu esperei por este momento!
Ela ri suavemente, sua voz é como música. "Então é um encontro, e o primeiro de muitos que virão."
Eu me sento com Ana Laura durante o intervalo do almoço, a empolgação da nossa manhã sob o carvalho ainda pulsando nas minhas veias.
Ela tira um pedaço de papel da bolsa, um cronograma do torneio impresso nele.
Seu anel de prata brilha sob as luzes da cafeteria enquanto ela o desenrola.
"Olha isso," ela diz, com a voz cheia de empolgação.
Estão chegando os jogos de futsal interclasse!
Eu olho para o cronograma, sentindo uma mistura de nervosismo e expectativa.
"Não sei se vou jogar este ano," admito, minha voz mal acima de um sussurro.
Os olhos de Ana Laura se arregalam de surpresa.
"O quê? Você é uma das melhores jogadoras. Tem que se inscrever!"
Ela agarra minha mão, seu toque quente e reconfortante.
O Reino da Princesa
"Além disso, eu já escolhi o número da sua camisa. O número 10 é seu."
Um sorriso puxa os cantos da minha boca.
Você realmente acha que eu deveria jogar?
Ela acena com entusiasmo, seus cabelos escuros balançando com o movimento.
"Claro. E estarei em todos os jogos, bem ali na beira da quadra torcendo por você."
O pensamento do apoio dela me enche de uma onda de confiança.
"Eu vou pintar um banner com o seu número," ela continua, seus olhos brilhando de empolgação.
"Você será o jogador estrela."
Eu hesito, lançando um olhar novamente para o cronograma.
"Mas e se eu decepcionar todo mundo?" Expresso minha dúvida persistente.
O Reino da Princesa
Ana Laura aperta minha mão com mais força, sua expressão firme e inabalável.
"Nunca. Você é incrível em campo. Confie em mim, eu já te vi jogar."
Eu respiro fundo, estendendo a mão para a ficha de inscrição do torneio no mural da cafeteria.
Ana Laura está ao meu lado, seu anel prateado refletindo a luz fluorescente enquanto ela me entrega uma caneta.
Minha mão treme levemente enquanto escrevo meu nome, memórias de fracassos passados no campo ameaçando ressurgir.
Quando hesito em escolher o número 10 da camisa, Ana Laura toca suavemente meu braço, sua voz um sussurro doce em meu ouvido.
"Eu acredito em você."
Outros alunos se reúnem ao redor, observando com curiosidade enquanto preencho o formulário.
Depois que termino de assinar, Ana Laura me puxa para um abraço apertado, seu orgulho transbordando em seu abraço.
Eu me sento com Ana Laura em seu quarto, a luz suave da luminária de mesa iluminando seu rosto enquanto ela esboça os designs para nossas camisas de torneio iguais.
Seu anel prateado bate contra a mesa enquanto ela desenha, acrescentando detalhes femininos à sua versão da minha camisa número 10.
"Talvez devêssemos mantê-las idênticas," sugiro, observando-a trabalhar com intensidade.
Ela balança a cabeça, um sorriso brincando em seus lábios.
"Não, eu quero que a minha seja especial."
Ela levanta seu esboço, mostrando-me um corte ajustado com sutis detalhes em rosa.
"Eu vou fazer para que fique perfeito para mim."
Ela se levanta e caminha até o armário, puxando uma camisa antiga do fundo.
Ela segura contra si, medindo o comprimento e a largura com um olhar crítico.
"Vou usar isso como base e modificar para que se encaixe melhor em mim."
O Reino da Princesa
Eu a observo trabalhar, emocionado com o quanto ela quer mostrar que somos um casal, mesmo durante o torneio.
Eu a observo segurar a velha camiseta contra si mesma diante do espelho, medindo e ajustando o tecido.
Quando ela encontra meu olhar no reflexo, ela para no meio do movimento.
A luminária de mesa emite um brilho suave sobre seu rosto enquanto nossos olhares se cruzam.
Nenhum de nós fala, mas algo não dito flui entre nós nesse momento silencioso.
Seu anel de prata brilha enquanto suas mãos ainda seguram a camisa.
O Reino da Princesa
Meu coração dispara enquanto ela lentamente se vira para me encarar, a fita métrica balançando esquecida entre seus dedos.
"Ana Laura," digo suavemente, rompendo o silêncio, "você tem certeza de que quer que todos saibam sobre nós?"
Seus olhos encontram os meus, firmes e inabaláveis.
"Com certeza," ela responde com um sorriso suave, "quero que o mundo veja o quanto estou orgulhosa de você."
Entro na sala de aula cedo, acomodando-me no meu lugar de sempre, perto da janela.
A luz da manhã entra pela janela, lançando um brilho acolhedor pelo ambiente enquanto outros alunos vão entrando pela porta.
O burburinho deles preenche o ar, pontuado pelo ocasional barulho dos armários se fechando e o farfalhar das mochilas.
Eu respiro fundo, sentindo o aroma familiar de lápis recém-apontados e livros didáticos desgastados.
A sala vibra de expectativa enquanto todos aguardam a chegada da Sra. Santos.
De repente, meu coração dispara ao avistar Ana Laura na porta.
Seu anel prateado captura a luz do sol, brilhando como um farol enquanto ela examina a sala.
Quando seus olhos pousam em mim, um sorriso se espalha pelo seu rosto, iluminando todo o seu ser.
Ela avança diretamente em direção à nossa mesa compartilhada, ignorando os cumprimentos dos colegas pelo caminho.
Conforme ela se aproxima, meu coração acelera, e não consigo evitar um frio na barriga.
O Reino da Princesa
O Reino da Princesa
Ela se senta ao meu lado, seu ombro roçando no meu em um toque suave que faz um arrepio percorrer minha espinha.
Sem dizer uma palavra, ela retira um papel cuidadosamente dobrado de sua bolsa e o coloca em nossa mesa.
Antes que ela possa me mostrar o que há dentro, a professora Santos entra na sala, sinalizando o início da aula.
Eu olho para o papel, sabendo que, seja o que for que ele contenha, estamos juntos nessa.
Eu me sento com Ana Laura em nosso canto isolado do pátio durante o intervalo para o almoço.
Ela desdobra a nota de antes, revelando um mapa desenhado à mão da escola.
Corações minúsculos marcam cada lugar que compartilhamos - a árvore de carvalho, a mesa da cafeteria e até mesmo a escada do depósito.
Seu anel de prata captura a luz do sol enquanto ela traça cada local com o dedo.
"Por que tem corações em todo lugar?" eu pergunto, a curiosidade me dominando.
Ela me olha com uma intensidade que faz meu peito apertar.
"Para onde quer que você vá," ela diz, com a voz cheia de determinação, "eu vou te seguir."
Eu piso em falso, surpreso com o peso de suas palavras.
"Mesmo que isso signifique ser pego entrando na sala de arte de novo?" eu provoquei, tentando aliviar o clima.
Ela ri suavemente, mas seus olhos permanecem sérios. "Especialmente então."
O Reino da Princesa
Eu sigo Ana Laura pela sua rua depois da escola, nossas mãos entrelaçadas enquanto ela me guia por casas que já conheço bem.
Seu anel de prata é frio contra a minha palma enquanto ela fala animadamente sobre me mostrar seu quarto pela primeira vez.
Na frente do portão, ela para para vasculhar sua mochila em busca das chaves.
O sol da tarde faz seu anel brilhar enquanto ela destranca o portão de metal branco.
Antes de entrar, ela se vira para mim com um sorriso tímido e admite que está nervosa por me deixar entrar em seu espaço privado.
O Reino da Princesa
Eu entro pela primeira vez, atordoado pelo verde avassalador.
Camisetas do Real Betis cobrem todas as paredes, suas listras brancas criando padrões contra a pintura na cor da floresta.
Ana Laura observa minha reação nervosamente, seu anel prateado batendo contra o batente da porta.
Quando me aproximo para examinar uma camisa emoldurada, ela explica que pertenceu ao pai dela, que jogou pelo time espanhol.
O quarto parece um santuário para o clube - roupa de cama verde, cortinas e até um relógio do Real Betis ticando acima da escrivaninha.
O Reino da Princesa
Eu fico de pé, sem jeito, no meio do quarto dela enquanto ela está sentada na beirada da cama listrada em verde e branco, batendo suavemente no espaço ao lado dela.
A luz da tarde que entra pela janela reflete em seu anel prateado, enviando um pequeno feixe de luz que dança pela parede.
Meu coração dispara no peito enquanto hesito, lembrando das advertências dos meus pais sobre estar sozinho no quarto de alguém.
"Vem aqui," ela diz suavemente, sua voz tremendo levemente.
Eu arrasto os pés, dividido entre a vontade de me juntar a ela e o nervosismo de ultrapassar esse limite.
O Reino da Princesa
Eu hesito na beirada da cama dela, meu coração acelerado enquanto ela alisa novamente o edredom.
As camisas do Real Betis nas paredes dela parecem nos observar enquanto a luz do sol da tarde entra pela janela.
Depois de respirar fundo, eu me abaixo lentamente ao lado dela, tomando cuidado para deixar um espaço entre nós.
O colchão afunda levemente, nos aproximando.
O anel prateado de Ana Laura brilha à luz enquanto ela se mexe inquieta com as mãos no colo.
O Reino da Princesa
Nenhum de nós fala, ambos cientes dessa nova intimidade em seu espaço pessoal.
Eu me sinto ao lado dela na cama, cercado por memorabilia do Real Betis.
As listras verdes e brancas das camisetas nas paredes dela parecem dançar sob a luz do sol que entra pela janela.
Finalmente, quebro o silêncio, fazendo uma pergunta que tem me atormentado desde a primeira vez que vi o quarto dela.
"Ana Laura, por que você é tão obcecada pelo Real Betis?"
Ela torce seu anel de prata, os olhos fixos na camisa emoldurada acima de sua mesa.
O Reino da Princesa
A voz dela se suaviza enquanto ela começa a explicar.
Meu pai jogou pelo Real Betis antes do acidente. As listras verdes e brancas me lembram dos jogos que assistíamos juntos, antes de ele ficar confinado a uma cadeira de rodas.
Lágrimas se formam em seus olhos enquanto ela fala.
Eu pego a mão dela, sentindo o metal frio do seu anel contra a minha pele.
Aperto sua mão com mais força enquanto ela enxuga as lágrimas.
Sentamo-nos em silêncio por um momento, ambos fixando o olhar na camisa emoldurada acima da mesa dela.
A luz da tarde filtra-se pelas cortinas verdes e brancas, lançando um brilho acolhedor sobre o quarto.
Eu olho para a camiseta, depois de volta para Ana Laura.
Ela se vira para mim, seus olhos brilhando com lágrimas não derramadas.
O Reino da Princesa
Eu respiro fundo e pergunto: "Você gostaria de assistir a uma partida comigo algum dia?"
Os olhos dela se arregalam de surpresa, mas ela acena lentamente com a cabeça.
Continuo: "Talvez seu pai pudesse se juntar a nós."
A respiração dela prende na garganta, e ela aperta minha mão com mais força.
Eu me sento com ela sobre o edredom do Real Betis, ainda segurando sua mão enquanto ela enxuga as lágrimas com a outra mão livre.
O anel de prata brilha sob a luz quando ela estende a mão para pegar o celular e conferir a programação da próxima partida.
Encontrando um jogo para a tarde de sábado, ela manda uma mensagem para o pai sobre assistirem juntos.
Enquanto espera pela resposta dele, ela se inclina contra meu ombro, sussurrando o quanto isso significa para ela.
Eu vejo seu rosto desmoronar enquanto ela lê a resposta dele no celular.
O anel de prata reflete a luz enquanto sua mão treme segurando o dispositivo.
Ela tenta manter a compostura, explicando que seu pai não está se sentindo bem o suficiente para receber visitas - os níveis de dor dele estão muito altos hoje.
Quando eu aperto a mão dela, ela se desmorona contra mim, finalmente deixando suas lágrimas fluírem livremente.
Sinto muito, Ana Laura," sussurro, sentindo o peso da decepção dela.
O Reino da Princesa
Ela acena com a cabeça, sua voz quase inaudível: "Está tudo bem, só queria que as coisas fossem diferentes."
Eu hesito antes de sugerir: "Talvez a gente possa gravar a partida e assistir com ele quando ele estiver se sentindo melhor?"
Os olhos dela se iluminam, e ela rapidamente pega o celular do criado-mudo.
"Eu posso gravar com meu celular," ela diz, determinação na voz.
Eu a observo enquanto ela navega pelo celular, tentando encontrar o aplicativo certo para gravar a partida.
O anel de prata bate na tela enquanto ela rola pelas opções, a testa franzida em concentração.
Finalmente, ela encontra o aplicativo Discord e tenta configurá-lo para gravar a partida.
Mas mensagens de erro continuam aparecendo, e o aplicativo trava duas vezes.
Frustrada, ela joga o celular na cama.
"Eu não entendo por que não está funcionando," ela murmura, passando a mão pelos cabelos.
Eu pego o telefone com cuidado e o examino.
Depois de alguns momentos, percebo que as configurações de gravação não estão ajustadas corretamente.
O Reino da Princesa
"Ana Laura, olha aqui," digo, apontando para a tela. Ela se inclina para perto, seu ombro roçando no meu enquanto ambos encaramos o celular.
Eu mostro a ela como ajustar as configurações e, depois de algumas tentativas, finalmente conseguimos fazer funcionar.
A gravação da partida começa sem problemas, e o rosto de Ana Laura brilha de empolgação.
Ela se vira para mim com um sorriso radiante e me abraça forte.
"Obrigada, de verdade," ela sussurra no meu ouvido.
O Reino da Princesa
Agora podemos assistir à partida com meu pai quando ele estiver se sentindo melhor.
Fico feliz que conseguimos resolver isso, respondo, sentindo o alívio dela me envolver.
Ela se afasta um pouco, seus olhos brilhando de gratidão.
Você é a melhor," ela diz suavemente, e eu não consigo evitar de sorrir de volta para ela.
Eu observo suas mãos tremendo enquanto ela retira dois ingressos impressos debaixo do edredom do Real Betis.
O anel de prata brilha sob a luz enquanto ela explica como encontrou passagens baratas e conseguiu garantir ingressos para o jogo contra o Barcelona.
Quando pergunto a ela sobre o custo, ela me mostra sua conta de poupança vazia no celular.
Lágrimas se formam em seus olhos enquanto ela confessa ter vendido as joias antigas da mãe para conseguir pagar tudo.
"Eu só queria dar ao meu pai esse momento especial," ela sussurra, apertando os ingressos com força.
O Reino da Princesa
Estou sem palavras, sem saber o que dizer sobre a venda secreta das coisas da mãe dela.
"Ana Laura, você não precisava ter feito isso," digo suavemente, tentando transmitir minha preocupação.
Ela balança a cabeça, a determinação gravada em seu rosto. "Valeu a pena se isso significa vê-lo sorrir novamente."
Eu aceno lentamente, compreendendo a profundidade de seu sacrifício. "Vamos garantir que este seja um dia que ele nunca vai esquecer."
Eu me sinto no ônibus do aeroporto, minha mochila enfiada entre as pernas, a de Ana Laura ao meu lado.
O anel de prata bate suavemente contra a janela enquanto ela aponta para o Pão de Açúcar surgindo através da névoa da manhã.
Quando o ônibus se vira em direção ao terminal, ela aperta minha mão com força.
A realidade da nossa viagem secreta me atinge - estamos realmente no Rio, e nossos pais não têm ideia.
O rosto determinado de Ana Laura não revela nenhum arrependimento ao vender as joias da mãe, enquanto ela puxa os ingressos do Real Betis.
O Reino da Princesa
"Você acha que ele vai ficar chateado quando descobrir?" eu pergunto, lançando um olhar nervoso para ela.
Ela balança a cabeça com um sorriso discreto, "Ele vai estar ocupado demais torcendo para se importar."
"E se ele perguntar sobre as joias?" insisto, preocupada com as consequências.
Ela dá de ombros, os olhos fixos nos ingressos, "Voltaremos antes que ele perceba que algo está faltando."
Eu me sento com Ana Laura no nosso portão no aeroporto do Rio, observando os aviões decolarem através de janelas enormes.
Seu anel de prata bate nervosamente contra o apoio de braço enquanto esperamos nosso voo para Barcelona.
Quando o embarque começa, ela agarra minha mão com força, confessando que é a primeira vez que está voando.
Eu tento acalmá-la apontando atividades interessantes no aeroporto, mas os olhos dela continuam fixos nos passageiros que chegam.
Ela sussurra, torcendo para que seu pai não descubra as joias desaparecidas antes de voltarmos com a experiência dos sonhos do Real Betis.
Eu seguro a mão dela, sentindo o anel de prata contra minha palma enquanto esperamos no portão.
Quando ela desaba em lágrimas, preocupada em potencialmente destruir a confiança da mãe, eu a puxo para perto.
Através das lágrimas, ela confessa estar dividida entre a felicidade do pai e as joias da mãe.
Eu prometo que vamos enfrentar o que vier pela frente juntas - pais furiosos ou olhares desapontados.
Ela agarra minha camisa com força enquanto explico como vamos contar tudo à mãe dela: o desejo desesperado de ver o pai sorrir novamente em um jogo do Real Betis.
O Reino da Princesa
À medida que nosso voo é chamado, Ana Laura enxuga as lágrimas e acena com a cabeça, pronta para encarar o que quer que nos aguarde de volta em casa.
Ajudo Ana Laura a se acomodar em seu assento na janela, percebendo como seu anel de prata treme contra o apoio de braço.
Ela aperta minha mão durante a decolagem, sussurrando que nunca havia voado antes.
Quando o avião se estabiliza, ela tira os ingressos do Real Betis e traça o nome do jogador favorito do pai.
A comissária de bordo nos oferece bebidas, mas Ana Laura recusa, muito concentrada em ensaiar como vamos surpreender o pai dela no estádio.
Eu aperto a mão dela em apoio enquanto ela ensaia seu discurso, embora meu estômago se revire ao pensar na mãe dela descobrindo as joias desaparecidas.
O Reino da Princesa
Ana Laura respira fundo e diz: "Se ela descobrir, vou ter que contar a verdade."
Eu aceno com a cabeça, tentando tranquilizá-la, "E talvez ela entenda por que fizemos isso."
Ela sorri timidamente, "Espero que sim, porque vê-lo feliz vai valer tudo."
Eu sigo Ana Laura pela entrada lotada do estádio, seu anel de prata brilhando enquanto ela segura nossos ingressos.
O barulho dos torcedores do Real Betis e o cheiro de comida preenchem o ar.
Navegamos por corredores de concreto, passando por vendedores que ofereciam produtos do time.
Quando chegamos à nossa seção, Ana Laura congela no topo da escada, encarando a imensa multidão verde e branca lá embaixo.
Eu aperto a mão trêmula dela, guiando-a pelos degraus até nossos assentos.
O Reino da Princesa
Ela agarra o apoio de braço com força, absorvendo a imensidão do campo e os gritos dos torcedores.
Eu me sento ao lado dela, percebendo como os outros torcedores na nossa seção estão todos vestindo verde e branco, com os rostos pintados nas cores do time.
Ana Laura se vira para checar a entrada novamente, seu cabelo escuro brilhando sob a luz do sol enquanto escorrega por seu ombro.
A camisa verde que ela veste parece brilhar à luz da tarde, e por um momento, meu coração dispara ao perceber como ela se encaixa perfeitamente nessa cena.
Incapaz de conter meus sentimentos por mais tempo, inclino-me em direção ao seu ouvido, lutando contra o barulho da multidão para sussurrar algo que venho querendo dizer há tanto tempo. "Você está linda."
Ela sorri, e naquele momento, tudo parece perfeito.
O Reino da Princesa
Eu observo enquanto sua expressão muda, seus olhos fixos na enorme tela do estádio que exibe mensagens dos fãs.
Seu anel de prata brilha sob as luzes do estádio enquanto ela mexe em algo no bolso.
O jogo continua, e durante uma pausa na partida, ela de repente se vira para me encarar, seus olhos intensos e determinados.
Ela tira uma caixinha pequena, suas mãos tremendo.
Antes que eu consiga processar o que está acontecendo, ela abre a caixa e revela um anel de prata combinando.
A multidão explode em gritos ao nosso redor quando o Real Betis marca um gol, mas tudo o que consigo ouvir é a voz de Ana Laura, mal audível acima do barulho do estádio.
"Você quer se casar comigo?"
Meu coração salta uma batida, e mal consigo encontrar minha voz.
"Sim, claro!" eu grito, dominado pela emoção.
Os olhos de Ana Laura brilham com lágrimas de alegria, e ela desliza o anel no meu dedo, selando nossa promessa em meio à celebração ensurdecedora.
O Reino da Princesa
O Reino da Princesa
Caminho com Ana Laura pelo estádio do Real Betis, que vai esvaziando, enquanto nossos anéis prateados brilham sob as placas de saída.
Ela segura minha mão com força enquanto navegamos pelos corredores de concreto lotados de torcedores de verde e branco que estão saindo.
Quando chegamos aos portões do estádio, ela para para tirar uma última foto do campo antes de irmos embora.
As mãos dela tremem enquanto verifica os detalhes do nosso voo de volta no celular, a realidade se instalando sobre o que a espera ao enfrentar os pais.
Eu a conduzo para longe das luzes brilhantes do estádio, em direção a um canto tranquilo do estacionamento.
Nossos anéis de prata combinando brilham enquanto seguramos as mãos, ambos ainda vibrando com a intensa atmosfera da partida.
Quando chegamos a um lugar menos movimentado, Ana Laura para de andar e olha para o céu noturno.
As estrelas brilham intensamente acima do estádio, fazendo os olhos dela cintilarem.
Ela aperta minha mão e sussurra sobre querer passar cada momento de nossas vidas juntos assim.
O Reino da Princesa
Ficamos ali em silêncio, sabendo que este é apenas o começo da nossa jornada compartilhada.
Nós estamos no estacionamento do estádio, nossos anéis combinando e brilhando sob as luzes da rua.
Ana Laura de repente começa a tremer, seus pensamentos vagando para a confrontação de amanhã com seus pais.
Eu a envolvo em meus braços com força, puxando-a para perto.
Ela enterra o rosto em meu peito, confessando seu terror em enfrentar a mãe e as joias vendidas.
Eu acaricio o cabelo dela e prometo que vamos enfrentar isso juntos, como sempre fizemos com tudo o que apareceu em nosso caminho.
O Reino da Princesa
Ela acena com a cabeça contra a minha camisa, mas seus dedos agarram minha jaqueta desesperadamente.
Nós caminhamos até a porta da frente dela depois de voltarmos de Barcelona, com nossos anéis de prata brilhando à luz do alpendre.
Ela destranca a porta com as mãos trêmulas, mas antes de entrar, hesita.
Em vez de entrar e enfrentar seus pais sozinha, ela se volta para mim com determinação nos olhos.
Ela pega minha mão e sussurra que não consegue lidar com as consequências sem que eu esteja lá todos os dias.
Meu coração dispara quando ela me pede para me mudar para a casa dela e dos pais.
O Reino da Princesa
Ela explica que já esvaziou metade do armário dela para mim.
Eu pisco em surpresa, tentando processar suas palavras.
"Você tem certeza disso, Ana Laura?" Pergunto, buscando em seus olhos qualquer indício de dúvida.
Ela acena com a cabeça, uma nova determinação na voz ao responder: "Nunca estive tão certa de nada."
Sentamos-nos nos degraus da varanda da frente, com a mão dela ainda firmemente entrelaçada na minha.
Nossos anéis de prata combinando brilham sob a luz da varanda enquanto ela delineia seu plano.
Ela pega o celular e me mostra fotos do armário reorganizado e do colchão extra que ela escondeu debaixo da cama.
Eu escuto atentamente, tentando processar a mudança repentina em nossas vidas.
"E os meus pais?"
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"Eu pergunto, minha voz mal acima de um sussurro."
Ela aperta minha mão de forma reconfortante e promete que enfrentaremos tudo juntos.
Após várias respirações profundas, aceno com a cabeça e digo a ela que vou arrumar minhas coisas essenciais esta noite.
À medida que a noite se aprofunda, ambos percebemos que este é o momento em que nossas vidas realmente se entrelaçam.
Eu me sento na minha estação de laboratório habitual na aula de química, ajustando nervosamente o novo anel de prata no meu dedo.
Ana Laura está atrasada e estou ansioso para ver o anel que combina com o dela.
Conforme os minutos passam, os sussurros e os apontamentos dos outros alunos fazem-me sentir como um alvo.
De repente, a porta se abre com um estrondo e Ana Laura entra, seus cabelos escuros balançando a cada passo.
Ela está usando a camisa do Real Betis por baixo do jaleco, e vários alunos a observam enquanto ela avança com confiança em direção à nossa estação compartilhada.
O Reino da Princesa
Enquanto ela coloca a mochila no chão, consigo vislumbrar o anel combinando no dedo dela.
Nossos anéis se chocam suavemente enquanto ela alcança os óculos de proteção, atraindo ainda mais a atenção dos nossos colegas de classe.
Eu observo enquanto Maria se aproxima da nossa estação, seu caderno repleto de diagramas detalhados do experimento.
Ana Laura se tensa ao meu lado, nossas alianças se tocando levemente enquanto ela se aproxima mais.
Maria coloca suas anotações entre nós e aponta para uma fórmula de reação complexa.
Ela explica que conseguiu acertar a reação na última aula e se oferece para nos ajudar.
Agradeço pela ajuda, mas percebo os dedos de Ana Laura batucando ansiosamente na mesa.
O Reino da Princesa
Enquanto Maria se inclina sobre nosso espaço de trabalho, seu braço roça o meu, fazendo com que Ana Laura, de repente, agarre o béquer das mãos de Maria.
A sala cai em silêncio quando os olhos de Ana Laura encontram os meus, e naquele momento, sei que cruzamos uma linha que não podemos descruzar.